NISA – SAÚDE (1999-2012)

NISA – SAÚDE

A definição de saúde mais difundida é a que se encontra no preâmbulo da Constituição da OMS - Organização Mundial da Saúde: “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”.

Fazendo jus nesta definição, partimos para este artigo, com a certeza que só será abordada através dos números uma dessas vertentes, a que diz respeito á forma burocrática que a mesma assume no Centro de Saúde.

Criado em 1979, o Serviço Nacional de Saúde, tem como principal função assegurar o direito à saúde  (promoção, prevenção e vigilância) a todos os cidadãos, tornando-se num dos pilares fundamentais da democracia portuguesa.

Centro Saúde Nisa - Pessoal ao serviço (1999-2012)
Ano	Total	Médico	Enfermeiro	Outro
1999	48	8	15	25
2001	52	5	17	30
2009	58	5	20	33
2010	44	5	13	26
2011	32	3	12	17
2012	31	2	12	17

Nos últimos anos, o setor da Saúde tem vindo a sofrer mudanças significativas, fecho de unidades e redução de pessoal, como podemos verificar, neste caso.

Começamos por apresentar o quadro 1- Pessoal ao serviço no Centro de Saúde de Nisa, entre 1999 e 2012.

Nestes treze anos (1999-2012), o Centro de saúde de Nisa, reduziu em 35% os seus recursos humanos, acentuando-se de forma significativa nos últimos 3 anos (2009-2012), chegando mesmo aos 47%, essa redução.

No entanto, tal como verificamos no próximo quadro, os anos em que houve maior redução do quadro de pessoal, aumentaram o número de consultas na ordem dos trinta porcento (31,56%), de 2009 para 2010.

Em 2012, o quadro de pessoal ao serviço no centro de saúde de Nisa, era composto por 6% médicos, 39% enfermeiros e 55% outros (administrativos e auxiliares de ação médica).

Consultas médicas no centro de saúde de Nisa, segundo a especialidade (1999-2012)
	Total de Consultas	Medicina geral e familiar	Planeamento familiar	Pediatria	Saúde materna
1999	31.678	29.855	664	1.030	129
2001	32.181	30.249	686	1.133	113
2009	30.266	27.869	458	1.162	236
2010	39.820	36.447	370	2.124	330
2011	40.010	36.382	666	2.505	215
2012	31.946	29.070	317	2.026	167

No quadro 2 e no gráfico 1 – Consultas médicas realizadas no centro de saúde de Nisa, segundo a especialidade (1999-2012), verificamos que o número mais elevado, foi atingido em 2011, com mais de 40 mil consultas realizadas, com um quadro de pessoal composto por 3 médicos e 12 enfermeiros.

Indicadores de saúde Nisa, (2012)
Enfermeiras/os por 1 000 Habitantes	Médicas/os por 1 000 Habitantes	Consultas médicas no Centro de saúde por habitante	Taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório	Taxa de mortalidade por tumores malignos
4,0	1,4	4,4	7,4	4,3

Mais de 90% das consultas realizadas, pertencem à especialidade de medicina geral e familiar, no entanto registamos um significativo aumento (+97%) na área da pediatria, passando de 1.030 consultas em 1999, para 2.026 no ano 2012.

Neste último quadro deixamos a indicação de alguns importantes indicadores de saúde no concelho de Nisa, referente ao ano de 2012. De anotar que existem 4 enfermeiros e um médico para mil habitantes, numa área com uma taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório de 7,4, e uma taxa de mortalidade por tumores malignos de 4,3.

Atualmente o Centro de Saúde de Nisa é composto por 10 extensões e uma Unidade de cuidados da comunidade de Nisa, pertencentes ao ACES – Agrupamento de Centros de Saúde de São Mamede (Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, EPE).

NISACENTRAL 2015

Fontes:

INE/Pordata

Ministério da Saúde

Imagem: Google/net

Nisa: Crédito às famílias

Nisa: Crédito às famílias

A palavra crédito deriva do latim “creditum” do verbo “credere” que significa acreditar, ter, confiar (Leoni, 1994) ou segundo Pires (1996: 182) o crédito é: “o acto de troca económica em que o credor realiza uma prestação, em determinado momento, a favor de outrem e aceita o risco da respectiva contra-prestação ser diferida para o momento ou momentos posteriores, confiando no cumprimento pontual do creditado e tendo normalmente direito a uma remuneração.”

Segundo dados recentes do Banco de Portugal, o chamado crédito malparado, sofreu um ligeiro aumento no ano 2014, registando-se mais de 660 mil famílias que entraram em incumprimento com a entidade financeira. A nível nacional a percentagem de devedores em incumprimento continua muito perto de máximos históricos, e o mesmo acontece com os rácios de crédito vencido tanto de empresas como de famílias.

No concelho de Nisa, até 2014, tinham sido concedido às famílias 64 milhões de euros de empréstimos, pelas várias entidades financeiras. Sendo que 75% dizem respeito a crédito à habitação e 25% ao consumo e outros fins.

Fonte: Banco de Portugal

Como sabemos o crédito vencido na habitação é um indicador com uma carga significativa, já que as prestações da casa são tradicionalmente a última responsabilidade que uma família deixa de cumprir. O rácio de crédito malparado atingiu novos máximos históricos tanto a nível nacional, como localmente, como podemos verificar nos dados do Banco de Portugal, aqui representados.

Rácio de crédito vencido das famílias, habitação - Nisa 

Fonte: Banco de Portugal

Entre 2009 e 2014 (últimos cinco anos), no concelho de Nisa houve um aumento de 54% dos casos de famílias que entraram em situação de incumprimento financeiro do crédito à habitação. De referir que em 2009 das 1487 famílias no concelho de Nisa com crédito à habitação, 1,5% (22 famílias) estavam em situação de crédito vencido, enquanto em 2014 a percentagem aumentou para 2.9%, afectando neste momento 41 famílias.

Rácio de crédito vencido das famílias, consumo e outros fins - Nisa 

Fonte: Banco de Portugal

No que diz respeito ao crédito ao consumo, verificamos, uma tendência em alta, sendo o primeiro a deixar de ser pago em situações limite, tendo aumentado 138% os casos de incumprimento, passando de 6.3% (em 2009), para 9.4% (em 2014) – actualmente são 165 famílias residentes em Nisa, nesta situação.

Um dos motivos para este aumento significativo do incumprimento financeiro, assenta essencialmente na degradação das condições económicas das famílias, neste período, principalmente, desencadeadas por situações limite, tais como: desemprego, precariedade laboral, doença, etc.  

De realçar que as instituições financeiras consideram que há incumprimento ao fim de três prestações em atraso e incumprimento definitivo quando se esgotam as possibilidades de renegociação e se inicia a acção judicial.

NISACENTRAL 2015

Bibliografia usada neste post:

- Banco de Portugal (estatísticas & dados oficiais);

- LEONI, Evandro G. – Cadastro, Crédito e Cobrança. São Paulo:

Editora Altas, S.A., 1994. ISBN 85-224-1036-4

- PIRES, José M. – Direito bancário. 2.º Volume. Viseu: Rei dos livros, 1996. ISBN 972-

51-0236-3.

-Imagem: Google/Net

-Gráficos: NisaCentral/ Banco Portugal