domingo, 8 de maio de 2016

Nascer no Alto Alentejo



Nascer no Alto Alentejo




Volta e meia, quando faltam bandeiras politicas, é lançada para a praça pública o tema da demografia. Um assunto demasiado importante para ser tratado com a ligeireza que muitos políticos lhes têm dado.
Quando, por exemplo, na União Europeia cada mulher tem, em média, 1,52 filhos, um número inferior aos 2,1 filhos necessários para manter a população no mesmo nível, o que tem efeitos negativos no crescimento populacional, uma vez que há mais mortes do que nascimentos.
Por isso, esta semana, quisemos fazer um pequeno retrato de quem nasceu nestes últimos seis anos (2010-2015), no nosso Alto-Alentejo (distrito de Portalegre), com enfoque especial ao concelho de Nisa. 


Nados-vivos de mães residentes Alto-Alentejo: total e por sexo (2010/2015)



2010
2011
2012
2013
2014
2015
Total
Alto Alentejo
914
878
820
793
715
779
4899
Alter do Chão
28
22
21
23
29
23
146
Arronches
19
7
16
14
14
18
88
Avis
25
32
27
28
25
43
180
Campo Maior
76
91
91
88
64
72
482
Castelo de Vide
20
21
17
17
20
22
117
Crato
25
24
18
20
21
17
125
Elvas
237
234
175
166
145
157
1114
Fronteira
12
27
20
17
18
20
114
Gavião
24
17
21
9
10
18
99
Marvão
21
20
26
13
12
12
104
Monforte
31
28
29
26
29
26
169
Nisa
48
37
22
33
36
36
212
Ponte de Sor
110
115
127
109
99
108
668
Portalegre
204
183
173
204
175
176
1115
Sousel
34
20
37
26
18
31
166



Como se pode verificar, nasceram nesta região nos últimos anos (2010- 2015), 4.899 indivíduos, dos quais 2.502 são do sexo masculino, e 2.396 do sexo feminino.
No período em questão, o concelho do Alto-Alentejo que registou menor número de nados-vivos foi o concelho de Arronches, com 88 nascimentos, em 6 anos, o que perfaz uma média anual, bastante baixa, de cerca de 15 nascimentos por ano.
Os concelhos onde se continuou a nascer mais, entre 2010 e 2015, foram Portalegre (1.115), Elvas (1.114) e Ponte de Sor (668), como não podia deixar de ser, as três cidades do Distrito de Portalegre, representando por si só cerca de 60% dos nascimentos desta região.
O concelho de Nisa representa 4.3% desses nascimentos (212), com 107 indivíduos do sexo masculino e 105 do sexo feminino, tendo-se registado, no período (2010-2015), uma média anual de 35 nado-vivos. O ano de 2012 aparece nos registos do concelho de Nisa, com o menor número de nascimentos (22), nestes últimos seis anos.


Nado-vivos (N.º) por Local de residência da mãe
2015

Sexo

HM
H
M
Nisa
36
19
17
Alpalhão
8
6
2
Montalvão
0
0
0
Santana
0
0
0
São Matias
1
1
0
Tolosa
2
1
1
União das freguesias de Arez e Amieira do Tejo
4
2
2
União das freguesias de Espírito Santo, Nossa Senhora da Graça e São Simão
21
9
12


 Em 2015 nasceram 36 crianças, no concelho de Nisa, das quais 58% (21 nado-vivos) são de mães com residência na União de freguesias do Espírito Santo, Srª da Graça, S.Simão. De realçar que nas Freguesias de Montalvão e Santana em 2015 não se registou nenhum nascimento.






Nados-vivos fora do casamento, Alto-Alentejo (%)




2010
2011
2012
2013
2014
2015

Alto Alentejo
50,4
49,1
54
56,1
57,6
62,1

Alter do Chão
57,1
77,3
66,7
65,2
58,6
73,9

Arronches
26,3
28,6
37,5
64,3
71,4
55,6

Avis
68
56,3
88,9
64,3
80
81,4

Campo Maior
53,9
49,5
41,8
62,5
65,6
63,9

Castelo de Vide
40
47,6
35,3
64,7
45
63,6

Crato
52
41,7
50
60
52,4
35,3

Elvas
61,2
62
68
65,7
64,1
75,2

Fronteira
16,7
40,7
25
35,3
38,9
50

Gavião
45,8
47,1
33,3
66,7
60
55,6

Marvão
52,4
30
46,2
69,2
50
66,7

Monforte
61,3
39,3
62,1
57,7
72,4
73,1

Nisa
35,4
37,8
63,6
57,6
41,7
50

Ponte de Sor
55,5
51,3
56,7
54,1
62,6
63

Portalegre
36,3
35
46,8
45,1
49,1
50

Sousel
61,8
55
48,6
38,5
38,9
54,8




Outro tema importante nesta análise é saber em que contexto se nasce hoje em dia, essas crianças, dentro ou fora da instituição casamento?
 Ao que os dados apresentados no quadro anterior nos revelam é que em 2015, mais de 62,1% dos nado-vivos da região do Alto-Alentejo foram gerados fora do casamento. Apresentado-se o concelho de Avis, com os valores mais elevados de nado-vivos fora do casamento (81,4%).
No caso do concelho de Nisa, os nascimentos fora do casamento, representaram em 2015, cerca de 50%, ou seja 18 nado-vivos.



Nados-vivos de mães residentes em Nisa: total e por grupo etário da mãe



Total

Nisa
2010
2011
2012
2013
2014
2015

48
37
22
33
36
36


15-19

Nisa
2010
2011
2012
2013
2014
2015

4
2
2
1
2
3


20-24

Nisa
2010
2011
2012
2013
2014
2015

8
2
6
1
2
4


25-29

Nisa
2010
2011
2012
2013
2014
2015

7
12
5
10
13
7


30-34

Nisa
2010
2011
2012
2013
2014
2015

18
15
5
14
8
13


35-39

Nisa
2010
2011
2012
2013
2014
2015

8
6
4
4
9
7


40-44

Nisa
2010
2011
2012
2013
2014
2015

3
0
0
3
2
2


Num outro campo, revelamos em que idades as mulheres foram mães, entre 2010 e 2015, no concelho de Nisa.
O que confirmamos nesta análise é aquilo que nos dizem os relatórios nacionais e internacionais, nesta matéria: “Entre os motivos que explicam a diminuição das taxas de natalidade na União Europeia encontra-se o facto de as mulheres terem uma maior necessidade de conciliar a sua vida profissional com a maternidade e começarem a ter filhos mais tarde. Por outro lado, a contraceção, as alterações dos estilos de vida, a incerteza do futuro e os novos padrões comportamentais também contribuem para a diminuição dos nascimentos.” – in Site: Parlamento Europeu.
Neste caso concreto, no concelho de Nisa, a mulher adia a sua maternidade, certamente pelos motivos atrás expostos, para depois dos 30 anos (61,1%) entre os 30 e os 44 anos, como revelam os números aqui apresentados.

NISACENTRAL 2016.

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